Casas Badaladas em SP Abandonam Tradição dos 10% e Elevam Gorjeta

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A Casa do Porco, um dos bares mais badalados atualmente tem até três horas de espera na porta, comida elogiada e um time de garçons excelente. O que surpreende é a conta: ao invés dos tradicionais 10%, o local cobra 13% de gorjeta.


A ideia de subir a taxa de serviço – que ninguém é obrigado a pagar – se repete no Dona Onça, na rede Galeto’s (13%) e no Jamie’s Italian (12%). Mas isso só percebe quem é bom de matemática e/ou atento. Ou quando lê no cardápio.


Com os reajustes de gorjetas, essas casas agora se igualam aos famosos e renomados D.O.M. e Fasano, que sugerem uma bonificação justa aos garçons.
A justificativa para o aumento, segundo os proprietários, é trabalhista: antes, os garçons chegavam a dobrar o salário fixo com as gorjetas, que ficavam livres de encargos e impostos.


Muitos foram à Justiça contra os empregadores e, por isso, ano passado, um acordo coletivo foi fechado entre o sindicato de donos de bares e restaurantes (Sinhores-SP) e dos trabalhadores (Sinthoresp) de São Paulo, para que a gorjeta fosse registrada no contracheque. O acordo também previu que a gorjeta poderia subir para até 15%.


Para conpensar o aumento de custo e não repassá-lo no cardápio – o que afugentaria clientes -, muitas casas optam por esconder o aumento na taxa de serviço. Para o Procon-SP, a taxa de serviço maior não é algo ilegal, mas pode ser considerada abusiva se o consumidor não for informado antes.
Janaína Rueda, sócia de A Casa do Porco e proprietária do Dona Onça, diz ter aumentado a taxa de serviço depois de sofrer ações trabalhistas. Foi informada pelo sindicato patronal que tinha de incluir as gorjetas no contracheque dos garçons. Segundo ela, o próprio sindicato recomendou o aumento da taxa para compensar as perdas, para ambas as partes.


“Chegamos aos 13% [de gorjeta]. Assim a gente paga os impostos e não mexe [reduz] bruscamente nos salários Eles ficam mais felizes servindo as pessoas e o cliente não é lesado [por pagar um pouco mais]”, diz Rueda.


As duas casas da empresária, no entanto, não informam o percentual maior no cardápio e nem na conta.


“Tem gente que pede para pagar só 10%, outros, para tirar”, disse um garçom do Galeto’s no shopping Pátio Higienópolis, sem se identificar. Na unidade, a informação da gorjeta maior está no cardápio.


Procurado, o Galeto’s não comentou a gorjeta maior. O Jamie’s Italian também informa no cardápio a gorjeta sugerida de 12%.


Paulo Solmucci Júnior, presidente da Abrasel (associação de bares e restaurantes), acredita que o aumento da taxa de serviço poderá ser percebida em bares e restaurantes fora do regime de tributação simples.

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