Depois de ter queda de 35% nas vendas, as feiras livres de São Paulo pretendem aumentar o horário de funcionamento para atrair os clientes. A intenção é que a chamada “hora da xepa”, em que os comerciantes colocam os produtos em promoção, fique maior.
Representantes das feiras em São Paulo têm tentado aumentar o horário de funcionamento junto com as subprefeituras. Com a crise econômica, é comum que os clientes dediquem mais tempo de compra no final do dia, já que os preços estarão melhores.
“Nós estamos fazendo das tripas coração. Buscamos não repassar aumentos aos clientes para não ter resultados ainda piores. Mas só neste ano, as vendas caíram entre 30% e 35%”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes de São Paulo (Sincofer), José Torres.
De acordo com o representante, um dos principais motivos foi a falta de chuva em alguns lugares do Brasil, fazendo com que a produção diminua. Além disso, a crise econômica teve um impacto agravante nas vendas. “Está todo mundo sem dinheiro para compra, então, a hora da xepa virou o nosso ‘horário de pico”, relata Torres. Em alguns casos, ele afirma que os prefeitos já estão liberando os comerciantes a trabalharem além de sua jornada.
Com os custos mais elevados, os investimentos nas feiras também diminuíram. “O transporte está mais caro e a situação nos impede de realizar investimentos nesse sentido, o que atrapalha bastante”, explica o presidente do Sincofer.
As vendas menores influenciaram diretamente a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo a empresa, o volume comercializada em São Paulo caiu 3,1% em abril, em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda é maior no período entre janeiro e abril de 2016. “Nos primeiros quatro meses deste ano as vendas caíram 4,1%, ante ao 1º quadrimestre de 2015″, indicou o chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas.
Fonte: DCI