Colecionismo de vinhos raros movimenta mercado milionário

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De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), em 2022, o valor das exportações mundiais de vinho foi o mais alto já registrado e o consumo global da bebida, chegando a 232 milhões de hectolitros.

Dentro do vasto público consumidor de vinhos em todo o mundo, há diversos nichos, entre eles um bastante específico, para o qual o consumo da bebida vai muito além do ato de degustar: os colecionadores de vinhos raros.

O colecionismo de vinhos raros é um segmento alimentado por leilões especializados, como os realizados pelas casas de leilões Christie’s e Sotheby’s, e por redes de contatos que auxiliam os colecionadores a encontrar e adquirir os vinhos mais cobiçados do planeta.

Os colecionadores, além de grandes apreciadores e conhecedores de vinho, não medem esforços para obter garrafas que tenham significado histórico, rótulos raros ou vintages específicos, o que faz com que esse mercado movimente altas cifras.

Recentemente, o bilionário taiwanês Pierre Chen colocou em leilão 25 mil garrafas de vinho de sua extensa coleção. Entre os lotes mais raros, encontram-se duas garrafas de vinho borgonha tinto da vinha La Tâche, datadas de 1985. Segundo avalia a casa de leilões Sotheby’s, que, ao longo de um ano, leiloará os itens raros da coleção de Chen, cada uma dessas garrafas custa entre US$ 120 mil (R$ 604,8 mil) e US$ 190 mil (R$ 957,6 mil).

“Além do valor emocional associado a cada garrafa adquirida, muitos colecionadores lidam com seus rótulos como se fossem um investimento financeiro, esperando que sua valorização supere a de ativos tradicionais”, ressalta Ricardo Castilho, sócio-fundador da Elite Vinho, que atua no comércio varejista de vinhos.

Castilho explica que vários fatores são responsáveis por fazer com que esses vinhos raros alcancem tais valores, entres eles o terroir – interação única entre o solo, o clima e a videira, que confere a cada vinho características inimitáveis –, a tradição da vinícola e a expertise do enólogo responsável pela safra.

Além disso, segundo o sócio-fundador da Elite Vinho, a raridade de um vinho muitas vezes impulsiona seu valor de mercado, pois a oferta limitada e a demanda alta resultam em preços elevados. “Outro fator determinante para a valorização de um vinho é sua maturação adequada, que possibilita que ele desenvolva complexidade ao longo dos anos”, acrescenta.

O especialista frisa que a avaliação positiva de críticos renomados também pode influenciar significativamente a percepção do público sobre a qualidade de um vinho e, consequentemente, valorizá-lo no mercado, mesmo que ele não seja necessariamente um rótulo raro.

Por fim, Ricardo Castilho ressalta que o valor emocional de um vinho pode superar seu valor financeiro. “Para muitos colecionadores, adquirir uma garrafa rara pode representar a realização de um sonho ou a celebração de um marco na vida.”

“O mundo do vinho é tão rico em histórias e tradições quanto em sabores e aromas, e é essa ‘tapeçaria’ que torna o colecionismo de vinhos uma jornada tão fascinante”, conclui.

Para saber mais, basta acessar www.elitevinho.com.br

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