O câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres no Brasil. Para este ano, estima-se que o câncer de mama chegue a 73.610 novos casos, de acordo com estudo anual divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em pessoas com alto risco de desenvolver a condição, os riscos são ainda ampliados devido à falta de diretrizes para identificação e tratamento precoce desses casos no SUS.
Mulheres com idade entre 50 e 69 anos precisam ter um monitoramento minucioso, de preferência a cada dois anos, o que não exclui a realização do exame de mamografia em outras idades e frequências, conforme orientação médica. Portanto, é importante que cada pessoa tenha uma percepção do câncer e de suas vertentes, olhe, palpe e sinta suas as mamas, conheça as alterações suspeitas, principalmente em caso de elevada predisposição hereditária e outros fatores de risco como radioterapia antes dos 36 anos de idade, de acordo com o INCA.
Dra. Mônica de Assis, Tecnologista do INCA/Ministério da Saúde, aponta que “dos 60 mil novos casos de câncer de mama que surgiram no Brasil no último ano, 17% poderiam ser evitados por meio de hábitos saudáveis de vida”. A especialista atesta a dificuldade de não haver uma diretriz nacional para mulheres com alto risco para a condição. Segundo a Dra. Mônica de Assis, evento promovido pelo FórumDCNTs motivou debate no INCA com intenção de elaborar um documento técnico orientador, não como uma diretriz, mas uma ideia inicial para avançar nos cuidados para qualificar a atenção às mulheres com alto risco de câncer de mama.
De acordo com a Coordenadora da Agência Nacional de Saúde, Sra. Kátia Audi, a saúde suplementar já conta com diretriz para rastreio precoce do câncer de mama em mulheres com risco elevado. Segundo do Dr. Gustavo Ribas, Chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, no DF já está em implementação para rastreio e tratamento do câncer de mama nessas mulheres. O Coordenador Geral do FórumDCNTs, Dr. Mark Barone, salienta que “é fundamental não deixar ninguém para trás”. Ele enfatiza que “a saúde é um direito básico, e que pessoas com alto risco para uma determinada doença devem ter acesso às orientações, diagnóstico e cuidados precocemente”.
Com o crescimento dos casos de câncer colorretal, um dos mais prevalentes no Brasil, uma diretriz para seu rastreamento se mostra urgente. Dado aos recursos limitados, a situação gera concorrência entre grandes prioridades em oncologia, de acordo com a Dra. Mônica de Assis. A Sra. Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, vê como grande avanço a elaboração da diretriz para o câncer colorretal pelo INCA, que está em curso.