Pesquisa reforça a obesidade como desafio crônico para as próximas décadas

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O Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia de obesidade, com projeções alarmantes para as próximas duas décadas. De acordo com uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO), realizada por Eduardo Nilson, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cerca de 75% dos adultos brasileiros estarão acima do peso até 2044, sendo que 48% serão obesos. Esses números indicam que 130 milhões de brasileiros viverão com sobrepeso ou obesidade nesse período, levando a um aumento expressivo de doenças crônicas associadas ao Índice de Massa Corporal (IMC) elevado.

A pesquisa também prevê o surgimento de 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas relacionadas ao sobrepeso e à obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, cirrose, doença renal crônica e diversos tipos de câncer. Além disso, estima-se que 1,2 milhão de mortes serão atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade no Brasil, nas próximas duas décadas. A situação é igualmente preocupante entre as crianças: até 2044, 24% das crianças entre 5 e 9 anos, 15% dos jovens de 10 a 14 anos e 12% dos adolescentes entre 15 e 19 anos poderão estar obesos.

Diante desses números, a cirurgia bariátrica surge como uma ferramenta importante no controle da obesidade, especialmente para pacientes com IMC acima de 35. O cirurgião Dr. Rennel Paiva, coordenador do Instituto de Cirurgia Bariátrica do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que a obesidade é uma doença crônica e que, em muitos casos, os tratamentos convencionais não são suficientes para alcançar a perda de peso necessária. “A cirurgia bariátrica é a abordagem mais eficiente no controle da obesidade porque promove perda de peso significativa e sustentada, especialmente em pacientes com obesidade severa (IMC ≥ 40) ou obesidade moderada (IMC ≥ 35) associada a comorbidades, como diabetes tipo 2, hipertensão e apneia do sono. Esses pacientes frequentemente enfrentam dificuldade em perder peso apenas com dieta e exercícios, devido a alterações metabólicas e hormonais associadas à obesidade. A cirurgia ajuda a reverter essas alterações, melhora as comorbidades e reduz o risco de mortalidade a longo prazo”, afirma Paiva.

Dentre as técnicas cirúrgicas mais comuns, o bypass gástrico e a gastrectomia vertical (sleeve) são as mais utilizadas. O bypass gástrico, uma das cirurgias mais antigas e eficazes, combina restrição do volume alimentar com efeitos metabólicos, regulando hormônios que controlam o apetite e a produção de insulina. “Essa cirurgia tem um impacto significativo no controle de doenças metabólicas, como o diabetes e a hipertensão”, explica o médico. Já a gastrectomia vertical, considerada menos invasiva, remove até 80% do estômago, reduzindo drasticamente a quantidade de alimento que o paciente pode consumir, embora tenha menor impacto metabólico em comparação ao bypass.

Apesar da evolução das técnicas cirúrgicas, que atualmente permitem que uma cirurgia bariátrica seja realizada em menos de uma hora e com recuperação rápida, Dr. Rennel Paiva alerta que o sucesso a longo prazo depende da dedicação contínua do paciente. “Após a cirurgia bariátrica, a recuperação exige atenção e dedicação. Nas primeiras semanas, é importante seguir uma dieta líquida e, gradualmente, progredir para alimentos pastosos e sólidos, sempre evitando excessos, para prevenir complicações como náuseas ou dilatação do estômago. Além disso, o acompanhamento nutricional é essencial, com suplementação de vitaminas e minerais para evitar deficiências. Iniciar atividade física de forma progressiva para ajudar na perda de peso e na manutenção da massa muscular, realizar exames periódicos para monitorar sua saúde, ficar atento ao bem-estar emocional, buscando apoio se necessário, e adotar hábitos saudáveis a longo prazo, são o segredo para garantir os melhores resultados”, orienta o médico.

Na visão do médico, o atendimento por uma equipe multidisciplinar é essencial para o sucesso da cirurgia bariátrica, especialmente porque a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, ou seja, tem várias causas. “Portanto, apenas a cirurgia poderá ser insuficiente para o sucesso do combate à obesidade. Esse sucesso é determinado pela somatória de várias estratégias em relação à obesidade, e a cirurgia é apenas uma delas”, afirma. 

O Instituto de Cirurgia Bariátrica do Mater Dei Goiânia conta com equipe de cirurgiões e especialistas de diversas áreas, como nutricionistas, psicólogos, endocrinologistas, fisioterapeutas, médicos nutrólogos e gastroenterologistas. O corpo de profissionais conta ainda com enfermeiros especializados, secretárias, e uma concierge de navegação, que dá suporte em todas as etapas do tratamento.

“Estamos centrados no cuidado completo e integrado do paciente obeso, com um acompanhamento que vai desde o pré até o pós-operatório, que é uma fase crucial para o sucesso do processo e para a saúde a longo prazo do paciente”, explica Dr. Rennel. Segundo ele, o foco no comprometimento do paciente com o tratamento e a adesão ao programa são fundamentais para combater a obesidade e suas complicações.

Unidades Rede Mater Dei de Saúde

Goiás: Hospital Mater Dei Goiânia

Minas Gerais: Hospital Mater Dei Santo Agostinho, Hospital Mater Dei Contorno, Hospital Mater Dei Betim-Contagem, Hospital Mater Dei Santa Genoveva, CDI Imagem e Hospital Mater Dei Santa Clara.         

Bahia: Hospital Mater Dei Salvador e Hospital Mater Dei Emec

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