A agência francesa da segurança sanitária dos alimentos( AFSSA) acabou de publicar um artigo a respeito dos níveis aconselhados para os ácidos graxos, encontrados nas gorduras animais, vegetais e nos óleos.
Fonte: Le Figaro (traduzido por cozinhanet)
A agência francesa da segurança sanitária dos alimentos( AFSSA) acabou de publicar um artigo a respeito dos níveis aconselhados para os ácidos graxos, encontrados nas gorduras animais, vegetais e nos óleos. O objetivo deste artigo é informar os profissionais de saúde para prevenir certas patologias, como doenças cardiovasculares, o diabetes, a obesidade e certos canceres ligados à alimentação.
Hoje, nós não dispomos de dados científicos satisfatórios para poder afirmar qual a quantidade e o tipo de ácido grasso devemos comer por dia para termos boa saúde, explica o professor Éric Bruckert, responsável pela unidade de pesquisa metabólica para a prevenção de doenças cardiovasculares do hospital Pitié- Salpêtrière de Paris. Para obter a prova absoluta daquilo que é realmente bom para a saúde, seria necessária a realização de grandes experimentos, impossíveis de realizar tecnicamente. Os pesquisadores sabem, no entanto, que os ácidos graxos trans ( encontrados em bolos e doces industrializados, e nos produtos lácteos) são as únicas gorduras cujo único e exclusivo efeito é o de aumentar o mal colesterol e diminuir o bom. Da mesma maneira, é extremamente aconselhável evitar o consumo do óleo de palmeira, do óleo hidrogenado e do óleo de coco.
Na frança, é considerado atualmente que das 2000 calorias consumidas por dia por um adulto, 40% provém das gorduras, sejam elas contidas ( em carnes, frios e queijo) ou adicionadas( óleo, manteiga). Mas as recomendações para uma saúde cardiovascular satisfatória são de 30% das calorias diárias provenientes dos ácidos graxos. “Porém 35% constitui um quadro aceitável” enfatiza o professor Bruckert.
De um ponto de vista prático, e a fim de evitar que a preparação de um prato vire um verdadeiro quebra-cabeças, basta respeitar algumas regras simples. Menos de um terço dos ácidos graxos deve vir das gorduras saturadas( essencialmente de origem animal, a saber: a carne vermelha, frios, manteiga e queijo). Os dois outros terços são de gorduras insaturadas: ômega 6 (óleo de girassol); ômega 3 (peixes) e o óleo de oliva. Alguns princípios simples podem igualmente ser aplicados para não cozinhar com uma calculadora na mão. Basta, por exemplo, comer peixe duas vezes por semana ( seja ele gorduroso ou não) e variar os óleos.
No que diz respeito à quantidade de carne aceitável, tudo depende da quantidade de queijo e frios consumidos no mesmo dia. Quanto mais comemos queijo, mais devemos diminuir a carne. “De qualquer maneira, a carne não é indispensável para a saúde. Não consumi-la pode ser prejudicial unicamente às mulheres que tem carência de ferro por causa da menstruação”, explica o professor Bruckert. É importante, apesar de tudo, compreender que as gorduras fazem parte integrante da alimentação e que seu consumo é fundamental porque as gorduras insaturadas são necessárias a um bom funcionamento cardiovascular. “Se nós as cortamos completamente, nós aumentamos automaticamente o consumo de glucídios, explica Marie Favrot, diretora da avaliação dos riscos nutricionais e sanitários da AFSSA. ” E agora nós sabemos que os regimes para emagrecer que suprimem muita gordura não são eficazes”.
Tradução M.A.J