A depressão, um transtorno mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, apresenta realidades distintas nos contextos brasileiro, norte-americano e argentino. Analisando dados recentes, é possível destacar nuances preocupantes sobre a prevalência da doença em cada país, trazendo à luz questões sociais e de saúde mental.
No Brasil, a depressão atinge níveis alarmantes, tornando-se uma questão de saúde pública. Segundo uma revisão de estudos realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Chile, publicada pelo Poder 360, o Brasil lidera as estatísticas de diagnóstico na América Latina. Com uma taxa de 17%, superior à média latino-americana de 12%, revela-se uma situação crítica. Cerca de 5,48% dos brasileiros receberam o diagnóstico, em comparação com 3,12% nos demais países da região.
Em relação a Argentina, a psicóloga social Danieli Silva, que já fez trabalhos voluntários no país, destaca a relevância da terapia cognitivo-comportamental no tratamento da depressão. A psicóloga pontua: “os trabalhos realizados em regiões vulneráveis do país revelam uma situação preocupante, com a depressão afetando significativamente a qualidade de vida de muitos argentinos”, e acrescenta que os desafios emocionais associados a traumas profundos demandam estratégias terapêuticas eficazes e atenção total aos atendidos.
Nos Estados Unidos, a pesquisa do Pew Research Center, também veiculada pelo Poder 360, revela um quadro de sofrimento psicológico expressivo durante a pandemia. Com 41% dos adultos afetados e números ainda mais alarmantes entre os jovens, a depressão tornou-se uma preocupação generalizada. A disparidade de impacto conforme a renda evidencia a necessidade de abordagens inclusivas na promoção da saúde mental. A psicóloga, que atua com refugiados e imigrantes, destaca os desafios emocionais desses grupos, reforçando a importância do acesso universal à saúde mental como um direito fundamental.
Danieli enfatiza que a psicologia social desempenha um papel crucial no suporte aos menos favorecidos, reiterando que a saúde mental é um direito fundamental para todos. “Em um cenário global em constante transformação, compreender e abordar a depressão exige não apenas ações individuais, mas também políticas e sociais que promovam um ambiente propício ao bem-estar emocional de todos os cidadãos”, finaliza.