Para empreendedores de destaque, a saída está na busca por surpreender o cliente; preço menor do ponto de venda auxilia.
As praças de alimentação dos shoppings, conhecidas como celeiros de prosperidade para franquias, não vivem seu melhor momento, conforme apontam empresários do setor. Não raro, centros comerciais de cidades fora do eixo São Paulo e Rio de Janeiro têm buscado se adaptar à fuga de investidores com aluguéis mais baratos.
O fato, porém, não significa que esses espaços perderam a força, mas sim que o empresário está mais reticente.
Alexandre Guerra, do Giraffas, e Alexandre Tadeu da Costa, da Cacau Show, à frente da operação de marcas vistas com frequência em shoppings de todo País, perceberam este movimento contrário ao cenário de poucos anos atrás.
Guerra conta, por exemplo, que entre 2010 e 2011 se via coagido a fechar contratos mesmo sem tempo para estudá-los, pois a demora faria com que a concorrência o fizesse. “Eu tive muito receio de fechar contratos de locação em shopping em 2010 e 2011. Fizemos alguns ruins, inclusive. Se eu ficasse 15 dias negociando já não teria espaço para mim. Hoje este quadro inverteu, tenho uma fila de shoppings esperando para que a gente entre”, lembra o CEO.
“Essa crise vai passar, é certo. O empresário que vê e entende vai compreender que é um momento de investimento. Os ativos estão baratos, a entrada em shoppings nunca foi tão fácil. Se você está sofrendo, o concorrente também está, então talvez seja o melhor momento para sair na frente dele”, conclui.
Para o fundador e presidente da Cacau Show, o momento atual é a razão para o receio do empreendedor comum em aplicar em negócios classificados como incertos, principalmente aquele que deseja investir uma poupança que guardou ao longo da vida. Porém, para ele, se o investimento certeiro for encontrado, e feito com bom planejamento, as oportunidades podem ser promissoras.
“É o momento de prestar atenção, olhar com cuidado, mas tenho certeza de que é um momento de oportunidades. A construção civil está parada, portanto, é um bom momento para construir. Estamos pagando preços de aluguéis equivalentes aos de 7 anos atrás. Se você acredita que o negócio vai continuar crescendo é porque vai”, comenta Costa. “É uma crise de confiança, mas por quantas dessas já passamos? As pessoas vão comer chocolate, vão comer hambúrguer, vão comer arroz com feijão. Se o camarada está um pouco mais triste, uma trufa de R$ 1,50 vai deixá-lo mais feliz. Mas está difícil vender, entra menos gente na loja, é a realidade”, analisa Costa
Para redes já consolidadas e conhecidas pelo público como o Giraffas e a Cacau Show, a estratégia para manter o negócio em expansão constante e conquistar novos clientes acontece por meio da inovação. Na Cacau Show, há reuniões semanais sobre o tema e testes de produtos em datas especiais que, se alcançarem o sucesso, são incorporados de forma permanente nas lojas da rede.
“Como dizia Steve Jobs, o consumidor não sabe o que quer, temos que surpreendê-lo”, comenta o empresário. “O mesmo movimento de refino no consumo que aconteceu com o vinho e com a cerveja tem acontecido com o chocolate, por isso é preciso educar o consumidor.” Para Alexandre Guerra, os testes sazonais também são uma forma efetiva de descobrir formas de agradar o cliente e fidelizar novos visitantes. Fica a dica dos grandes.
Fonte: Estadão PME.