Interação entre investimentos e questões ambientais ganha notoriedade

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As corporações brasileiras estão implementando cada vez mais ações responsáveis à medida que buscam atividades lucrativas. Práticas de negócios alinhadas aos princípios de ESG (Ambiente, Social e Governança Corporativa) criam valor econômico ao realinhar seus objetivos corporativos para demonstrar seu compromisso com a responsabilidade ambiental.

Os impactos da mudança do clima atingem o mercado em diversos aspectos socioeconômicos, como a disponibilidade hídrica, a produção de alimentos, as cidades e suas infraestruturas, a saúde, o ecossistema e a biodiversidade.

Atualmente, mais de 20 entidades científicas que compõem o Coupled Model Intercomparison Projects (CMIP) fornecem cenários e projeções de emissões de gases do efeito estufa, cruzando com informações tecnológicas e de crescimento populacional, trazendo simulações para produzir modelos climáticos futuros.

Pesquisas recentes apontam para uma perda de renda anual global estimada em US$ 38 trilhões. Isso porque, segundo o relatório apresentado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), 3,3 bilhões de pessoas vivem em contextos altamente vulneráveis a esta mudança climática”, relata Vininha F. Carvalho, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

Somente na habitação, a revista The Economist divulgou uma previsão de US$ 25 trilhões em prejuízos, devido ao aumento do nível do mar. “De uma forma bem direta, teremos um forte impacto na moradia, na alimentação e na renda da população, o que causará um colapso socioeconômico se não tomarmos as medidas agora”, afirma Claudinei Elias, Partner e CEO Global da Ambipar ESG.

Francisco Higuchi, CEO da certificadora brasileira de créditos de carbono Tero Carbon e doutor em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais (UFPR/INPA/ FFPRI Japão), lembra que, desde 2020, o relatório do IPCC não cita ser possível reverter a situação, mas apenas mitigar os efeitos da mudança do clima.

“No período da pandemia do coronavírus, foi possível registrar uma redução significativa das emissões dos gases causadores do efeito estufa. Apesar disso, não se constatou uma alteração na tendência de aumento da temperatura da Terra, o que sugere que os efeitos atuais são reflexo das emissões do passado. Por isso, é preciso intensificar os mecanismos que possam salvar a humanidade”, salienta o CEO da certificadora brasileira de créditos de carbono Tero Carbon .

O mercado de créditos de carbono deverá crescer significativamente nos próximos anos. Segundo estimativa da consultoria McKinsey, a demanda por esses ativos ambientais pode crescer 15 vezes até 2030. Isso porque cada vez mais organizações estão adotando ações para mitigar os problemas relacionados à mudança do clima. 

“Com o crescente movimento global de combate às mudanças climáticas e a Agenda 2030 com seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o ESG conquista um interesse crescente no mundo corporativo como uma ferramenta estratégica que possibilita às organizações incorporar ações sustentáveis na sua rotina”, finaliza Vininha F. Carvalho.

 

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